segunda-feira, 6 de julho de 2009

AS BICICLETAS DE BELLEVILLE

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O filme “As bicicletas de Belleville” é uma produção franco-belga-canadense, que conta a história de um garoto que foi adotado pela avó ainda pequeno, e esta tenta frustradamente fazê-lo feliz, comprando tudo o que pode (incluindo um simpático cachorro chamado Bruno). Um dia descobre a paixão do menino: as bicicletas. E alimentando essa paixão surge também o desejo de participar do Tour de France.


Escrita e dirigida por Sylvain Chomet, a animação participou do festival de Cannes, foi indicada a dois Oscars (por Melhor animação e Melhor música original) e ganhou um César. A trilha sonora foi feita por Benôit Charest e o filme conta com a voz de Béatrice Bonifassi. O diretor também dirigiu “Paris, Je t'aime” e “L'Ilussionist”.

A animação possui uma estética visual incrível. Cenários característicos, personagens marcantes e um humor mordaz criam um ambiente excelente. Por exemplo, Belleville, cidade fictícia aonde se passa parte do filme, satiriza a todos os esteriótipos estadunidense; A ganância dos poderosos, a obesidade dos cidadãos e o bajulamento dos serviçais.

O filme possui poucas falas, a construção da trama se dá na maioria das vezes por Imagens. O filme se passa em 1950, e isso é bem caracterizado. Eles utilizam de figuras reais para criar personagens irreais como “As Triplettes” (trigêmeas cantoras de grande importância no filme), que representam na realidade as “Boswell Sisters”.


Esta parodia da realidade possui um tom “no sense”, do impossível plausível, enfatizando uma crítica aos modos de vida dos séculos XX e XXI.



sexta-feira, 3 de julho de 2009

A Gripe Suína

Sofia Junqueira

O mundo está em choque com as notícias de mais uma bomba: A Gripe Suína. Coma loucura do mundo de hoje, a fome, o desequilíbrio social, a crise econômica... Realmente não precisávamos de mais essa, mas quem disse que escolhemos o que nos acontece?

Qual é o poder que temos sobre um porco? Diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, não temos poder sobre tudo. Quando o material genético de diferentes tipos de vírus se desenvolvem em um porco, dando origem a uma gravíssima doença humana, entramos em uma nova era de preocupação, mortes e paranóia mundial.

Mas a pior parte é que não se trata de apenas um assunto de uma crônica escolar, a situação é séria. Foram confirmados quase 52.160 casos, 231 mortes. Os países mais afetados são México e Estados Unidos. o pior. O problema mais sério é a rápida transmissão. No Brasil, até hoje há 215 casos da doença, crescendo a cada dia. Todos os portadores estão sendo tratados, não houve mortes.

A doença já foi considerada uma pandemia, mas há estudiosos que não acreditam na gravidade da Gripe Suína. As pessoas não tem a menor idéia do que fazer, ou em quem acreditar. A paranóia tomou conta da maioria das pessoas. Se uma criança com alergia a poeira espirra, todos em volta saem correndo. É claro que prevenir é sempre bom e necessário, mas estimuladas pela mídia e muitas vezes pela falta do que fazer, as pessoas só fazem o medo e o caos se espalharem, Ao mesmo tempo, isso virou piada no Orkut, a “Gripe dos porco dos Brothers” tomou conta.

A verdade é que diante de uma situação tão séria como essa, não sabemos como agir. Agora nos cabe esperar que os doentes se curem, que a vacina seja feita e que tudo isso acabe logo.

Pandemia Psicológica

Isadora Furtado

Gripe suína. Esse é um nome muito comum atualmente. Quem nunca ouviu esse nome deve estar pensando: Poxa, gripe suína? É uma gripe gente! O que tem de mais nisso?

Bom, se você é um desses, sugiro que se informe melhor. A gripe suína é uma gripe muito recente, causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Tá, tudo bem, o que isso tem de tão importante? Bom, tudo. A nova gripe não é nociva, principalmente no mundo em que vivemos hoje, com uma Medicina e uma Ciência assim tão avançadas. O problema desse vírus é a velocidade de propagação. Os primeiros casos confirmados apareceram no México, mas em pouquíssimo tempo, chegou no Europa, na América do Sul, na Ásia. Os profissionais da área de saúde já consideram a tão falada gripe suína uma pandemia.

Agora o que me incomoda nessa história é que apesar de toda a importância do assunto, sempre tem aqueles exagerados, paranóicos, que levam tudo ao extremo. Hoje de manhã, eu cheguei ao cúmulo de ouvir um cara na rua dizendo que nunca mais comeria carne de porco. Meu Deus, será que essas pessoas não procuram se informar? Porque se procurassem, saberiam que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a transmissão da doença não é pelo meio alimentar, até porque o cozimento da carne à 71ºC destrói todos os vírus e as bactérias.

Além desse exagero da parte da população, a mídia não ajuda em nada. Pelo que sei, um jornal é feito para transmitir a verdade para quem lê, assiste ou ouve. Mas os jornalistas não se contentam. Tudo que dizem tem que ter um drama. Nesse caso da gripe H1N1 foi o cúmulo do exagero. Jornais chegaram a afirmar que nos Estados Unidos houve 400 mortes de gripe suína. Depois de uma semana, descobriram que apenas três pessoas tinham mesmo morrido disso. É um absurdo! Os jornais estão enchendo a cabeça da população de mentiras. É por isso que todo mundo fica assim. Exagerado, paranóico.

Esses dias uma amiga me contou que ouviu uma mulher dizendo que a Nova Gripe é a nova Peste Negra. Meu Deus! Quem pode comparar um dos maiores desastres da saúde humana que ocorreu na Idade Média, onde não havia saúde e nem cuidados com uma gripe que nem nociva é?

Eu fico chocada. Prevenção nunca é demais, e se informar também não. Mas por que, eu pergunto, por que levar tudo ao extremo? Por que tanta paranóia?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Pululação






Bruno Vilela


Acordou cansada, de um sono exaustivo, acabara de se livrar de mais um pesadelo. As cobertas pesavam especialmente nos pés que agora estavam dormentes. Deu bom dia aos seus pôsteres e quadros, levantou-se da cama e tropeçou em uma sandália. Toda manhã a sandália estava lá, para fazê-la cair e cair novamente. Andou em direção a porta para pegar o banheiro antes do irmão. Abriu a porta do quarto e caminhou pelo corredor, torcendo não tão profundamente para ser a primeira a se banhar. A água correu quente pelo corpo, a nudez fazia dela uma pessoa livre. Enxugou-se e saiu do banheiro, voltou para o quarto e se vestiu, lentamente, atrasando sua descida o máximo possível.

Desceu as escadas melosamente, apoiando todo o seu peso no corrimão encerado. A cozinha era a direita, velha e com um mobiliário tedioso, uma das cadeiras quebrara com o peso do padrasto. Abriu o armário e pegou um indefectível Sucrilhos. A mesma tigela de porcelana, a mesma marca de leite, a mesma mesa, a mesma cozinha, a mesma casa, a mesma cidade, a mesma vida. Cada colherada de cereal era como uma porção de monotonia. Levantou-se da mesa minutos depois, com enorme relutância. Definitivamente não queria sair de casa aquela manhã, especialmente com o frio que fazia lá fora.

Já havia andado dois quarteirões, quarenta e um passos, cumprimentado três pessoas, demorado dois minutos e vinte e dois segundos. Era a mais lenta da família, sempre demorada. Apesar de tudo era a mais esperta e convicta. Havia chovido recentemente, e as poças eram como minas que ela evitava sempre que possível. Ela andava sem perceber, quando se deu conta da própria localização, estava cerca de quinze metros depois do seu destino. Voltou o caminho ultrapassado e entrou na loja. Pegou tudo o que tinha que pegar, pagou tudo o que tinha que pagar e voltou para casa. Casa! a palavra agora ficava pululando a sua mente. Havia sido abençoada, ou às vezes até amaldiçoada, com a mania de pensar em tudo, um simples centavo lhe remetia a mineração do cobre, os escravos, as minas no distante Brasil.

Era domingo, ah! o domingo, seis dias de completa tortura para serem compensados com vinte e quatro horas de completa tolice. Uma saciante tolice. A inteligência cansava, modéstia a parte, era a mais inteligente no colégio. Um simples 94 lhe causava arrepios. Ficava pensando no que havia feito errado para tirar uma nota tão lamentável, então olhava para o lado e via o 32 do Calvin Borrol. No fundo, estava tudo bem.

Mal chegou na escada e já sabia o que fazer, ela iria para a cama, dormir e esperar por um sonho, um sonho eterno no qual ela pudesse ser feliz. Feliz! outra bela palavra para se pensar. Queria acordar e ver o dia brilhar, queria tomar um banho frio, queria pão não Sucrilhos, queria sol não chuva, queria flores não poças, queria um teatro não uma loja, queria uma vida não uma novela.

Por isso ela dormiu, tendo a esperança de cobertor, a inteligência de travesseiro e a vontade de cama.

Mentalmente escrito

Amana Dias

PI, PI, PI, PI – Plaf.

O despertador o acordara de novo para mais um dia de puras palavras.

Uma ideia: Porque não escrever sobre despertadores? Ou seria mais convicto escrever sobre dias que começam com despertadores?

Uma explosão de palavras vinha em sua mente, abrindo ideias para novos mundos, novos universos.

Saindo da cama e indo direto para a cozinha, pensou em tudo o que comeria esta manhã, e em histórias fantásticas que poderiam ser feitas com apenas pão e geléia.

Abrindo a geladeira descobriu um leite estragado,  azedo, assim como as pessoas de hoje em dia. Mas bem escondido no canto, estava um pedacinho de chocolate, doce e espontâneo.

De repente seus olhos posaram em dois pedaços de pão.

Resolveu escrever sobre torradas. Fez exatamente como o personagem faria em seu livro. Preparou, deliciou e engoliu. Mas... Já havia lido um livro sobre torradas, e seria bem enfadonho se uma pessoa encontrasse os mesmos temas exóticos em dois livros.

Se vestiu para ir tomar café na padaria ao lado. Estava um dia nublado, frio e chuvoso. Como é costume para dias fechados assim, pôs suas botas de chuva e uma capa verde-escuro.

Era uma rua mal-feita e sinuosa, e um livro com estradas igualmente ruins que davam em grandes castelos seria até melhor que um livro de torradas.

Pegou um bloquinho no bolso e anotou ‘’Estradas Sinuosas’’ e logo abaixo ‘’Castelos longínquos’’. Pensou em um épico rei; usaria sua própria imagem para isso. Riu de tal pensamento.

Chegando à padaria, começou a observar os produtos. Pensou em historias para fermentos, queijos, uvas, maçãs, doces, pudins, estantes para vinhos, vinhos, biscoitos... Uma coisa diferente chamou-lhe a atenção: Um chapéu. Estava na cabeça de uma ilustre senhora.

Havia outro na cabeça de um homem mau humorado.

Ah, que tal uma história sobre um rei que acordava com um despertador, comia torrada com geléia, vivia com pessoas alegres e azedas, vivia num castelo longínquo na qual havia uma estrada sinuosa e tinha uma coleção de chapéus?

Não, pensou, pouco criativo.

Desistiu do café. Voltou para casa com uma ideia magnífica na cabeça: um acampamento.

Começou com ‘’Um urso atacou minha barraca’’ mas acabou por aí, pois, por incrível que pareça, passara tanto tempo para escrever o começo de seu livro que já estava com fome de novo. Saiu para comprar macarrão.

Andando sorrateiramente pela rua sinuosa de novo, um homem vinha em sua direção.

O homem, alcançando-o, falou coisas grosseiras sobre dinheiro e morte. Como nada fez, já que estava pensando em um livro sobre um insolente homem, o mesmo deu-lhe um tiro.

Blá, Blá, Blá.

Morreu pensando nas palavras, na qual conviveu a vida inteira.

Pessoas espontâneas, insolente, dignas, convictas, espertas, atentas, sonhadoras, amorosas, tristes, bonitas, atrapalhadas, árduas, interessantes, desatentas, alegres, desatentas, raivosas, desatentas, sorridentes, desatentas, encontrou na vida e com isso suas ideias expandiam-se para novos personagens para livros pensados e formulados mas nunca escritos.

Assim foi o fim de seu livro.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A violência do ponto-de-vista das Andorinhas


Júlia Maria

No parque, um dia como outro qualquer, na parte da manhã, eu a minha mulher andorinha estávamos no ninho alimentando nossos filhotes. Eu acabava de chegar com a comida quando escutamos um grupo de homens bêbados vindo em direção à árvore 14. Na nossa árvore havia 4 apartamentos. Eu morava na cobertura, no 401. Os homens sentaram ao pé da árvore e começaram a brigar. Havia 4 pessoas: John, Fernando, Felipe e Pedro. De repente senti alguma coisa forte que colidiu com a árvore e o apartamento 101 caiu no chão. Os homens pisaram em cima. As andorinhas mais velhas fugiram, mas seus filhotes e os ovos morreram pisoteados.

Eu e minha mulher começamos a arrumar as malas. Os pobres filhotes iriam morrer, pois, não tinham força o suficiente para voar pra longe. Mas o que poderíamos fazer? Quando do nada sentimos uma outra pancada forte na árvore. Eu, minha mulher e meu filho mais velho saímos voando.

Nós vimos, de longe, nossos queridos filhotes sendo pisoteados, morrendo.

O que aconteceu com os pássaros é algo absurdo, pura violência.

Se o homem continuar assim não haverá mais pássaros no mundo! 

Reflita, pense, e mude de atitude!

As andorinhas e a humanidade toda agradece.


Os Aniversariantes


Amanda Rincon

Como todo mundo sabe, não é todo dia que comemoramos nosso aniversário. É dia de festa, presentes, amigos, doces, família e diversão. Você marca uma festa. Ótimo, vem a família toda e seus amigos. Então, você precisa dar atenção para eles. Todos eles. E sempre tem aquela tia que ainda te aperta, aquele tio que faz as piadinhas mais sem graça, do tipo: "onde está fulana? Não estou vendo nenhuma menininha aqui... ah! Vejam como ela cresceu gente!", sendo que você o vê toda a semana. Tem aquelas tias que te trazem de presente uma sandália da Eliana, tamanho 26, no seu aniversário de 13 anos. E o melhor é quando vem as sobrinhas e primas pirralhas que pisam no brigadeiro e pula na sua cama. Se você não der atenção a elas, elas choram. As que não brincam, gritam até o fim da festa, quando se cansam e dormem.

Os amigos sempre vem a mais. Uns são os amigos do primo do filho do padeiro, que é vizinho da tia da tataravó de alguém que por acaso é conhecido seu.

Os aniversários são sempre diferentes do que deveriam ser...Ou melhor, do que se planeja.

Presentes são outro ponto. Não ligo de não ganhar nada e, quando a pessoa não me dá nada é claro que nem pergunto, mas as pessoas já vem com a desculpa de "não tem tempo, depois eu te dou, ok?... o que você quer? Pode dizer que eu te dou!". O depois não chega e claro, ficamos iludidos com aquele presente que nos prometeram. 

Mas, que necessidade horrível de consumismo do ser humano! Porque sempre queremos o mais atual, marcas conhecidas e sempre o outro, porque esse já tem mais de uma semana, a moda é outra.

E sempre, querendo agradar os outros, no fim da festa não festejamos. Por essas e outras o meu aniversário não seria bem só o "meu" aniversário.

Pense Positivo


Florencia Lorenzo

Sábado à tarde. Um bar lotado. Olhando alto, alienada do que os meus amigos conversavam. Começo a prestar atenção e noto que uma amiga comentava melancolicamente dos problemas de sua vida. Problemas com o namorado ou algo do estilo, sei lá, não importa. Então alguém cujo rosto me era apenas familiar, diz:

- Pense positivo.

Não sei por quê aquilo me incomodou muito. Essa ideologia de que tudo dará certo me deixa nervosa. Diga isso a uma criança na áfrica que sofre de leucemia, consome menos que 15 calorias diariamente (e quando consome) e sofre constante medo de ser morta por algum grupo radical. 

Definitivamente não funciona.

E o que mais me parece hipócrita é que justo aqueles que “pensam positivo” são, no geral, pessoas privilegiadas e completamente indiferentes e/ou ignorante dos problemas reais como fome, guerra, pobreza, racismo etc. Assim é fácil pensar positivo.

Não, eu não quero que todos se deprimam ou cometam suicídio em massa. Calma, eu só estou cansada desse otimismo inútil. Tipo “ah, eu fui assaltada, mas pelo menos o ladrão não levou meu abajur”.

Por isso, não pense positivo ou viva no seu próprio mundo rodeado de bolos, livros e pândegas...

4102


Luana Gomes

Lá vinha ele, dobrando a esquina com o número 4102, azul como sempre.

Acentada no ponto de ônibus anciosa, esperando por sua demora, depois de muito tempo ele aparece no ponto lotado de gente.

Todos os dias pego esse ônibus no mesmo lugar, e sempre muito cheio, por coincidência sempre com as mesmas pessoas, o mesmo motorista e o mesmo trocador. Aquele tanto de gente entre gentes, trombando e pedindo desculpas.

Quando esse ônibus chega ao centro da cidade, tem até fila. Para as pessas que dão sinal querendo descer, muitas dessas pessoas tem que descer para as outras pessoas sairem do ônibus. O ruim são aquelas pessoas sem educação que ficam empurrando, pisando nos nossos pés. O ruim é aquele falatório das mulheres fofocando da vida dos outros o tempo todo.

Mas é assim: de um lado é bom, de outro é ruim.


4102


Rotina dançada do século XXI


Isadora Furtado

Às vezes penso no que se passa na cabeça dos pais de bailarinos, que tem de enfrentar o trânsito da cidade grande nos horários de mais pico. Penso que eles se desesperam quando vai chegando o fim da tarde, ainda mais quando está em questão o início de uma noite chuvosa, onde tudo piora. A nossa necessidade de dançar e de ensaiar, a preguiça de sair de casa pra ter de trocar de marcha a cada minuto, devido ao excesso de veículos, toda uma viagem à academia de dança. É tudo extremamente sacrificante.

Sacrificante mas necessário. Extremamente necessário. E importante. Muito importante. Para nós que dançamos, essa é a melhor parte do dia. Contamos os segundos para chegar nesse horário no mínimo estressante para alguns, mas gracioso para outros.

Sabe, pra gente, dançar é algo que não tem preço. Quem gosta mesmo, se dispõe a passar horas e mais horas na academia. Dispõe-se a ter muitos problemas nos pés. Dispõe-se a passar momentos de muito nervosismo para apresentar uma coreografia para os outros. Dispõe-se a perder alguns compromissos para ensaiar. Mas uma coisa é possível ter certeza: independente de todos esses obstáculos que nos cercam, nenhum bailarino se arrepende do que faz. O que nós sentimos pela dança, é uma paixão incalculável e extremamente essencial.

E é isso que eu me pergunto: será que vale mesmo a pena? Infelizmente, está cada vez mais difícil se dedicar de verdade a alguma coisa no século XXI. Esse trânsito, essa correria... Isso tudo mata. Não só dançar e ensaiar, mas o prazer de dirigir e levar os filhos para algo que eles gostem tanto, está ficando cada vez mais sacrificante e estressante.